2º Ato Público pela Palestina será realizado em Santos neste sábado (9)
Saiba também como foi o último dia da delegação brasileira na 5ª Convenção Global de Solidariedade com a Palestina
Neste sábado, dia 9, acontece o segundo ato público em Santos Pró Palestina Livre. Será no mesmo local do primeiro, na Praça das Bandeiras, no Gonzaga, a partir das 16 horas. Saiba como foi o primeiro ato, em 4 de novembro, em A Praça das Bandeiras da Palestina.



Solidariedade
Integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST e diretor de Relações Internacionais da José Martí, Marcelo Buzetto compartilhou nesta sexta-feira (8) notícia de que o MST realizou nova doação de alimentos para a Faixa de Gaza. Foram 11 toneladas de produtos cultivados em assentamentos que se somam a outras duas toneladas de arroz, farinha de milho e leite que já chegaram a famílias vítimas da crise humanitária causada pelos ataques de Israel.
“A iniciativa do MST na doação de alimentos para Gaza pretende ser contínua, com novos envios a partir da parceria com o Governo Federal, através do Ministério das Relações Exteriores, com envio pelo avião da Força Aérea Brasileira (FAB)”, conta reportagem do site do MST que pode ser lida na íntegra aqui.



Convenção Global
Buzetto fez parte da comitiva brasileira que esteve na África do Sul para a 5ª Convenção Global de Solidariedade com a Palestina, que ocorreu de 3 a 5 de dezembro em Joanesburgo. Representaram o Brasil no evento também André Dutra, do MST, e Gabriela Ortega, diretora de Direitos Humanos da José Martí.
Saiba como foram os dois primeiros dias da convenção em:
Delegação do Brasil na África do Sul prepara documento ao governo sobre a questão Palestina
Exclusivo: Conheça a declaração final da Convenção de Solidariedade com a Palestina
Abaixo, relato de Marcelo Buzetto sobre o último dia do evento, escrito em 7 de dezembro em Adis Abeba, Etiópia, na escala de volta ao Brasil:
No aniversário de 10 anos da morte de Nelson Mandela, Campanha Global pelo Retorno à Palestina faz homenagem ao líder sul-africano
Marcelo Buzetto
Neste dia 05 de dezembro a Campanha Global pelo Retorno à Palestina, com apoio do deputado Madlas Mandela (Congresso Nacional Africano), realizou uma homenagem ao líder sul-africano que amargou 27 anos nas prisões do regime do apartheid. A data faz referência aos dez anos da morte de Mandela.
Reunidos para uma convenção internacional em Joanesburgo, membros de diferentes organizações políticas, sociais e humanitárias, além de lideranças religiosas cristas, judaicas e muçulmanas, depositaram flores aos pés da gigante estátua de Madiba localizada na entrada dos prédios que sediam o parlamento e o governo da África do Sul.
Apesar da presença do deputado e neto de Mandela, um conjunto de policiais fechou os portões do local impedindo o livre acesso da marcha pacífica que se deslocava até o monumento. Após uma hora de negociação com governo e parlamento foi liberada a entrada dos internacionalistas, que faziam discursos e davam entrevistas para TVs do Líbano, do Irã e da África do Sul, comparando a luta contra o apartheid sul-africano à luta do povo palestino contra o apartheid de Israel.

Membros de diversas organizações palestinas prestigiaram a manifestação e confirmaram seu desejo de estreitar cada vez mais relações de amizade e solidariedade com o povo, com o parlamento e com o governo sul-africano, visando, segundo eles, a “construção de um mundo de paz, de justiça e de cooperação entre os povos”. Muitas das lideranças fizeram questão de reafirmar que uma paz justa e duradoura na Palestina será resultado do fim do colonialismo israelense e da derrota do sionismo, ideologia racista e colonialista.
O coordenador da Campanha Global pelo Retorno à Palestina Sheikh Youssef Abbas leu, diante da estátua de Nelson Mandela, a declaração final da V Convenção Internacional da Campanha, realizada entre 3 e 5 de dezembro, em Joanesburgo. Na declaração os participantes pedem o cessar figo imediato, o fim dos bombardeios israelenses, a retirada das Forças militares israelenses da Palestina, o fim do bloqueio à Gaza e reafirmam o direito do povo palestino de resistir na sua justa luta por independência nacional e justiça social.
Sheikh Youssef e demais lideranças políticas, sociais e religiosas foram contundentes em defender mudanças imediatas no tratamento dado pela mídia e pelo mundo ocidental em relação aos palestinos, que são qualificados, muitas vezes, de "terroristas", quando, na verdade, só estão exercendo um direito inalienável de qualquer povo: ter a sua liberdade, ter justiça social, ter independência nacional.
Também disseram que o povo palestino está dando um basta a 75 anos de humilhações, de perseguição, de racismo, de genocídio e de limpeza étnica realizada pelos sucessivos governos israelenses. A declaração e os discursos também demonstraram que Israel nunca reconheceu ou aceitou a possibilidade de dois Estados, e que hoje o povo palestino quer construir, passo a passo, um processo de luta e transformação social e política que leve na direção da existência futura de um só estado da Palestina, do Rio Jordão ao Mar Mediterrâneo, onde judeus, cristãos e muçulmanos possam viver em paz e com igualdade de direitos.
A homenagem à Nelson Mandela ganhou o caráter de um ato internacional contra o racismo e contra todo regime baseado no apartheid.
Segundo representantes da delegação brasileira presentes, o ato foi muito simbólico e importante, especialmente pela entrega oficial da declaração da V Convenção Internacional da Campanha Global pelo Retorno à Palestina nas mãos da Ministra Lindiwe Zulu, que reafirmou o compromisso do seu governo com a resolução pacífica de conflitos, com uma política de paz e justiça para todos os povos. Para Gabriela Ortega, da Associação Cultural José Martí da Baixada Santista (SP) e da Rede Nacional de Advogados Populares RENAP, “a importância dessa homenagem é por ser num país que viveu por décadas sob o regime do aparttheid, fato que ocorre também com os palestinos, vítimas de um genocídio praticado por Israel. Mandela foi um líder na luta contra o apartheid sul-africano e seu neto tornou-se um líder na luta contra o apartheid de Israel”.
Já André Dutra, da Campanha Global pelo Retorno à Palestina-Brasil, considera que “fortalecer a luta do povo palestino e do povo sul-africano contra o racismo e o apatheid estimula a união entre todas as pessoas e organizações que desejam um mundo de paz e justiça nas relações internacionais”. Também presente na delegação brasileira, Marcelo Buzetto, da Campanha Global pelo Retorno à Palestina-Brasil, avalia como “muito vitoriosa a realização desse encontro entre palestinos, lideranças do mundo árabe e islâmico, africanos, latino-americanos, canadenses, estadunidenses e demais nacionalidades, pois é a busca por integrar as lutas anticolonialistas e antiimperialistas existentes na região do Sul Global”.
O mundo todo segue na solidariedade ao povo palestino, que hoje representa algo semelhante ao que foi o Vietnã no passado, um exemplo de ousadia e de coragem que mostrou ser possível a derrota da política criminosa do governo dos EUA e seus aliados. Assim como o povo do Vietnã conquistou sua liberdade e independência, a Palestina também será livre, do Rio Jordão ao Mar Mediterrâneo.